terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um olhar sobre a Montagem


"A montagem representa a simbiose perfeita das várias peças de um filme" - Alfred Hitchcock

Montagem ou edição é um processo que consiste em selecionar, ordenar e ajustar os planos de um filme ou outro produto audiovisual a fim de alcançar o resultado desejado - seja em termos narrativos, informativos, dramáticos, visuais, experimentais, etc.

Em geral, a montagem é realizada pelo montador, em um equipamento compatível com a tecnologia empregada na realização do produto, sob a supervisão do director ou, em alguns casos, do produtor. 
Esta é a típica definição de Montagem. Mas, a verdade é que esta tarefa é mais uma arte do que uma ciência, e uma boa montagem pode significar a salvação de um mau filme, bem como uma má montagem pode significar a ruína de um óptimo filme.
Um dos grandes senhores do Cinema – Alfred Hitchcock - fala-nos, no vídeo a seguir, sobre esta fantástica arma utilizada no cinema, que influencia e transforma totalmente qualquer mensagem que pretende ser passada num filme.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Entrevista a Pedro Sena Nunes

      "Não há espaço para o público português ter contacto com o seu próprio Cinema"


Penso que todos estamos conscientes de que o Cinema Português se vê confrontado com sérias dificuldades.Quer a nível financeiro, quer a nível de contacto com o próprio público.          

Recentemente tive a oportunidade de entrevistar o realizador, produtor e docente Pedro Sena nunes, sobre esse tema que tanto me interessa, mas que  simultâneamente tanto me assusta: a situação do Cinema Português.

O meu objectivo era obter o ponto de vista sobre esta temática, de alguém que vive esta realidade diariamente. O resultado foi, sem dúvida enriquecedor.
Consciente das dificuldades, mas convicto de que é possível melhorar e inverter este cenário, Pedro deixa-nos alguns conselhos e passos a seguir. Para os interessados, é possível consultar a entrevista na íntegra.


        
         

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um outro olhar sobre o amor

                       
Apaixonada pela fotografia e pelo cinema. Até onde nos leva a relação entre estas duas formas de criar arte e o Homem? Estas são as principais premissas subjacentes aos trabalhos de Julia Milz.

Pela primeira vez em Portugal, a autora/realizadora presenteia-nos, no festival Inshadow, com a sua curta-metragem “One”, que tem como pano de fundo um tema tão vulgar mas simultaneamente tão complexo: o amor.

“É um filme muito inspirado pela ideia do amor na mitologia da antiga Grécia. O conceito gira muito á volta de uma criatura sem género que se tornou demasiado forte e foi banida pelos deuses gregos. A partir daí o homem e a mulher tentam encontrar-se outra vez para voltarem a tornar-se um só. Daí o nome do filme” – explica a realizadora.


Julia aplica esta ideia na figura de dois seres, um homem e uma mulher. Dois corpos nus que partilham um espaço amplo e sem limites. Os movimentos constantes ora de desejo, ora de desespero, traçam a linha dessa questão fulcral: a união perfeita. Como se de uma luta se tratasse, a busca incessante por atingi-la torna-se quase obsessiva.

Para que a sua mensagem resultasse na perfeição, Julia admite que foi essencial conseguir transmitir aos intervenientes, o que pretendia com esse jogo de movimentos concentrados numa fabulosa coreografia contemporânea:

Foi preciso explicar aos dançarinos o conceito daquela dança amorosa e íntima, com aquelas curvas e dobras constantes, para que se tornassem um só.”

Por fim, a autora é consciente e faz questão de salientar a importante contribuição de todos para que o resultado fosse aquele a que podemos hoje assistir. Colmata, afirmando, com orgulho, que “todas as mentes envolvidas na realização ajudaram na construção do filme, trazendo ideias para a história; os sons, as performances, e até mesmo á fase de edição.”

O resultado final de “One” prova que, um toque de carisma e uma pitada de criatividade, são o suficiente para converter um tema vulgar numa ideia nova e repleta de simbolismo.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Comando"

Um realizador em part time e empregado de supermercado a tempo inteiro. Uma vala cavada num quintal. Uma grande paixão pelo cinema. Criatividade e talento. Vinte e sete euros. Esta foi a receita usada por 12 portugueses na realização da curta-metragem que se tornou famosa nas últimas semana: “Comando”.
Vinte e sete euros  foi o valor gasto pelos aventureiros e criativos algarvios que decidiram construir no quintal de um vizinho um verdadeiro cenário de guerra.
"Comando" retracta a história de um agente secreto português enviado para uma missão pelo Governo, que de súbito percebe que o seu próprio Governo o abandona, por falta de verbas para financiar a missão.
O realizador – Patrício Faísca – já tem criado outros projectos de baixo orçamento, pegando nos recursos que lhe parecem possíveis e acessíveis.


Apesar da constante luta que o Cinema mantém com a questão dos custos de produção e das dificuldades de angariação de subsídios e meios de financiamento para a produção e realização de qualquer projecto, fomos recentemente surpreendidos pelo trabalho destes 12 algarvios que nos provam que também é possível criar um bom argumento, uma boa realização, com um investimento muito fora daquilo que é normal.



E para quem não ficou convencido, aqui fica o trailer para quebrar qualquer dúvida. A prova de que com alguma imaginação e este poder fantástico do cinema, se pode transformar uma realidade em outra completamente diferente, e passar uma mensagem que seria, à partida, absolutamente impensável. Parabéns à equipa!